Alfabetização em casa: dicas de como dar certo

Equipe Eurekka

É natural que a criança, antes de entrar na escola, seja curiosa e tenha interesse pelas letras, pelos números, desenhos e outros. É nesse momento que entra a alfabetização em casa! Mas, quando as primeiras perguntas sobre letras, sílabas e palavras surgem, muitas vezes, os pais não sabem como conduzir e não aproveitam a oportunidade para estimular a criança a se alfabetizar.

Pois bem, saiba que o processo de alfabetização, ao contrário do que muitos familiares pensam, começa antes de a criança entrar na escola. E você precisa estar preparado para estimular seu filho.

Perguntas como  “Mãe, o que está escrito nesta caixa?”;  “Pai, com que letra começa o meu nome?”; “Vó, quantos ovos têm na caixinha?” são a porta de entrada para você criar situações interessantes para seu filho.

alfabetização em casa 

Atividades para ajudar na alfabetização em casa

A ajuda dos pais à alfabetização dos filhos é importante. No entanto, este processo não se dá de qualquer jeito, mesmo que seja algo natural. Isso quer dizer que os pais e a família devem ficar de olho em alguns aspectos como consciência fonológica e desenvolvimento motor. Mas o que seria isso?

Atividades recreativas que desenvolvam a coordenação motora da criança são vitais para que ela desenvolva a noção do espaço na folha do caderno, para que ela pegue o lápis com segurança, para que ela entenda as linhas do caderno, para que ela tenha firmeza e clareza no traçado das letras e números.

Atividades musicais desenvolvem a consciência fonológica. Ou seja, antes de sair escrevendo o alfabeto, juntando as letrinhas e assim por diante, a criança precisa trabalhar a habilidade de manipular os sons da nossa língua. É quando percebermos que uma palavra, por exemplo, pode iniciar ou terminar com o mesmo som.

Quando seu filho disser “Papai, meu nome começa com o mesmo pedaço que termina o seu.” (Felipe/Pedro), ele está exercitando a consciência fonológica. Então, ressalta-se que a alfabetização não começa pelas letras e sim pelo som e pela coordenação motora!

Qual a melhor forma de iniciar a alfabetização em casa?

De acordo com os dois princípios destacados acima, coordenação motora e consciência fonológica, trazemos algumas atividades bem práticas para você fazer com seu filho para alfabetizá-lo em casa!

Coordenação motora

coordenação motora ajuda na alfabetização em casa

Na parte de coordenação motora, proporcione para seu filho atividades de correr, subir, descer, caminhar sobre linhas, contornar cones, pular obstáculos, equilibrar objetos. Por exemplo, improvise uma cesta de basquete e fique alguns minutos estimulando seu filho a acertar.  Risque na calçada da sua casa a “amarelinha”, jogo bem antigo, mas tão desafiador pra criança.

São brincadeiras que você pode organizar no pátio da sua casa, chamar os amigos, os primos e ampliar isso. Se não der, faça você mesmo com ele e, ainda assim, o resultado será muito positivo. A partir dessas ideias iniciais, invente outras. Assim, você pode usar corda, pneus, argolas e muito mais.

De uma coisa a Eurekka tem certeza: Não deixe seu filho em frente à televisão, ao computador ou ao tablet o tempo todo! Os estudos já comprovaram que é muito nocivo para o desenvolvimento infantil.

Fonológica

Na parte fonológica, separamos algumas atividades bem interessantes. Confira:

  • Trabalhar com rimas: Quando você brinca com rimas, dá para notar que os sons das palavras são estimulados e a criança começa a perceber que há palavras com sons parecidos; que terminam com som semelhante. 

Dá para brincar com música, com versinhos; brincar com figuras que rimam e daí fazer um casadinho entre elas. Por exemplo: panela e canela; coração e caminhão.

  • Trabalhar com pedaços de palavras: Brinque com seu filho de palavras grandes e pequenas. Inicie por aquelas que tenham duas sílabas; por exemplo: “bolo”.

Então, você fala as partes da palavra com ênfase: ‘bo-lo’. Depois, escolha uma que seja maior: ‘ca-be-ça’. O próximo passo é perguntar à criança quais dessas palavras têm mais partes. Esse trabalho chama-se segmentação silábica.
Outra dica é ver se a criança adivinha que palavra você quer dizer. Exemplo: ‘ca-ma’ (enfatizando as sílabas). Daí pergunte a ele o que você quer dizer e a criança responderá juntando esses pedaços (cama). 

Quando brincamos de separar e juntar essas estruturas, estamos fazendo a síntese silábica, um passo vital na consciência fonológica e na alfabetização em casa.

  • Trabalhar com aliteração e assonância: São figuras de linguagem que dão ênfase o som repetido das letras. A aliteração (É todo teu esse vale) repete o som das vogais e assonância ( O rato roeu a roupa do rei de Roma) o som das consoantes.

Pra ficar mais fácil, comece brincando com o som inicial das palavras. Por exemplo: Vamos fazer uma lista de frutas que comecem com “A” (abacate, acerola, abacaxi). Depois, você pode dificultar: Agora, frutas que tenham a letra “A” no início e no fim (ameixa, acerola).

Quantos anos meu filho precisa ter para ser alfabetizado?

quando formalizar a alfabetização?

A idade certa varia entre 6 e 7 anos. Isso porque é neste período que ele está apto a formalizar a leitura e a escrita.

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) registra em seus documentos que a criança deve se alfabetizar até a idade de 8 anos.

Lembramos que este processo é resultado do estímulo que a criança recebeu antes. Ou seja, se os pais se preocuparam em desenvolver a coordenação motora, o equilíbrio emocional e a consciência fonológica, a alfabetização será mais tranquila.

3 passos para iniciar a alfabetização em casa

Então, você já sabe que a alfabetização em casa é um processo que merece muito cuidado e deve ser supervisionado da maneira correta. Agora, destacamos 3 passos para você seguir e preparar seu pequeno da melhor forma para a alfabetização em casa:

Primeiro passo: Material de qualidade

Conte e leia muitas histórias para seu filho! Escolha obras boas para a idade, que estimulem o seu filho a brincar, se movimentar e a desenvolver a educação emocional. A oralidade é vital nesta etapa. Pergunte a ele o que achou da história, do que ele mais gostou, do que ele não gostou, e assim por diante.

Explore a musicalidade! Cantar, dançar, fazer coreografias é muito bom para iniciar o processo de alfabetização. Use várias cantigas com o seu filho e repita isso sempre que tiver chance: ao acordar, na hora do banho, nas refeições, quando ele quiser ligar a televisão, e assim por diante. 

Mostre à criança vários materiais diferentes! Assim, explore livros, jogos e brinquedos; faça desafios, brinque muito ao ar livre, estimule o recorte, o trabalho com as cores, com as formas e com as texturas.

Nesta fase que vem antes da alfabetização formal, a palavra-chave é diversificar. Então, evite deixar seu filho brincar só com o material de que ele mais gosta; mostre a ele outros materiais e estimule-o!

Segundo passo: Metodologia de ensino confiável para a alfabetização em casa (alfabético, fônico, silábico, reconhecimento global)

Ao estimular o filho a se alfabetizar da forma certa, os pais devem conhecer alguns métodos de alfabetização. Afinal, já vimos que a alfabetização é um processo natural, mas quase todas as crianças precisam de ajuda para aprender a ler e a escrever. E, claro, também querem ajuda para entender o que escreveu e o que leu.

Alfabético: é o método mais antigo. Nele, o aluno aprende as letras do alfabeto, soletra e combina as letras de forma que resultem em sílabas e depois, palavras.

Fônico: a criança aprende o som primeiro e depois liga o som à letra.

Silábico: a alfabetização se dá por meio das sílabas. Este é o método do “ba-be-bi-bo-bu”. A criança tem contato inicial com sílabas simples (consoante mais vogal) e depois passa para as complexas (Pla, Bro, Fran, Car…)

Reconhecimento global: neste método, o primeiro contato da criança é com o texto, por isso ele se chama global. No geral, vem junto de uma ilustração. Assim, depois de ouvir a história, a criança memoriza frases e palavras através do treino da leitura e da escrita e, por último, analisa os sons das letras e das sílabas que estão no texto.

Terceiro passo: Avaliação da criança: em qual nível ela está?

Os níveis de alfabetização são 3: pré-silábico, silábico e silábico-alfabético.

No nível pré-silábico, a criança não estabelece relação entre a escrita e a pronúncia, por isso, representa a sua escrita através de desenhos (símbolos). Ela nem desconfia que há relação entre a letra e os sons da fala. Então, é comum que ela escreva “mmuuuu” e, quando você pergunta pra ela o que ela escreveu, ela diz “carro”.

Ao passar para o silábico, a criança descobre a lógica da escrita, percebendo a ligação entre a representação escrita das palavras e o som das letras. Mas, mesmo assim, pensa que cada letra representada é uma sílaba oral, ou seja, usa, ao escrever, uma letra para cada emissão sonora (cada sílaba). Por exemplo: PTO (para PATO)

Por fim, a criança chega ao nível alfabético. Este é o momento em que ela entende como funciona a escrita. Ela entende que cada sílaba pode ser representada por uma ou mais letras.

Atenção! Chegar ao nível alfabético não significa que a criança domine todas as relações letra/fonema. Ela, muitas vezes, escreve como se pronuncia e isso é perfeitamente normal. Fala “pertu”, escreve “pertu” (PERTO).

Não cometa esses erros na alfabetização em casa do seu filho

telas de celular e tablet são prejudiciais para as crianças

A gente entende a ansiedade dos pais e familiares para que o filho leia, escreva e se desenvolva na escola, em especial. 

Pois bem! Mas agora você já sabe que a alfabetização é  um processo complexo e que a criança precisa de tempo e estímulos corretos para crescer.

A Eurekka preparou algumas dicas pra você ajudar seu filho de forma efetiva:

Não ajudar ou intervir

Para que a criança tenha autonomia na aprendizagem, os pais e familiares precisam conhecer um pouco como se dá o desenvolvimento da criança. Por quê? Para saber o quanto estimular.

Falar com voz baixa e de forma confusa

A criança aprende quase tudo interagindo. Portanto, se você for a pessoa com quem ela tem mais contato, fale de forma clara, pronuncie as palavras do jeito certo, complete as frases, não fale gritando e com frases confusas.

Não estimular seu filho a ler

A leitura é o ponto relevante de todo o processo de alfabetização. O primeiro contato com o som, com a letra, com a palavra e com a sequência de um texto se dá no momento em que os pais contam a primeira história. Acredite, é mágico!

Não dar tempo pra criança pensar antes de responder

Pais ansiosos e apressados prejudicam o desenvolvimento da escrita e da leitura. É preciso pensar que a sua cabeça não está dentro da cabeça da criança; você tem o seu tempo e ela tem o dela. Portanto, quando se fala em estimular, não se quer dizer apressar.

teste de ansiedade

Dar respostas prontas, sem deixar que seu filho pense sozinho

Você não pode ser tendencioso e induzir seu filho a respostas. Dessa forma, dê a chance para que ele construa os raciocínios próprios em torno dos desafios.

Se por acaso ele errar a resposta, você construirá outro caminho para que ele perceba o erro e jamais deve dizer “Não, filho, tá errado, presta atenção!”. Em vez disso, diga “Filho, vamos olhar de novo a gravura?” ou então: “Leia de novo a palavra e compare com a que está no texto.” Afinal, você sabe que pra chegar ao número 8, podemos fazer “4+4”; “5+3”; “7+1”; “2+2+2+2”; “6+2” e seu filho pode até dizer que “9-1” seria uma forma de resposta. E daí, você vai dizer que está errado?  

Mas, então, o que fazer? Como ajudar na alfabetização em casa?

Bom, já te contamos muitas coisas que você pode evitar para tornar a aprendizagem mais tranquila e leve para seu pequeno. Agora, vamos te dar o “caminho das pedras” e mostrar o que você pode fazer para ajudá-lo na alfabetização em casa!

Faça perguntas até a criança chegar à conclusão

Entenda que você precisa ser um mediador da aprendizagem do seu filho. Então, você deve sempre estimulá-lo a encontrar as respostas para as dúvidas. 

“Pai, qual o significado da palavra “caixola?” O que você deve responder?

“Vamos procurar no dicionário, filho?” ou então, “Você já ouviu alguém antes falar esta palavra?” ou ainda “Vamos ler em que frase a palavra está escrita.” 

Confirme o que a criança escreveu

Depois de qualquer atividade de escrita, é importante que a criança seja “cobrada”, a fim de confirmar se o que fez está certo e faz sentido.

Faça perguntas do tipo “Esta palavra existe?” “Leia pra mim!” “Compare o que você escreveu com o que está escrito no quadro ou no livro.”

Isso é feito com a intenção de problematizar e contribuir para que a criança se esforce.

Não confunda nome de letra com som de letra

Mostre, de forma insistente, à criança situações que ajudem a diferenciar estes dois aspectos: O nome da letra “T” é “tê”, mas quando eu escrevo “tocar”, eu não uso o nome da letra e sim o som, senão, ficaria “TEOcar”.

Explore o som das letras

A consciência fonológica é o passo inicial para a alfabetização. Aliás, você já leu um capítulo bem completo sobre isso no início deste material.

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