Dispneia (falta de ar) : o que é? Causas e o que fazer

Laura Almeida

Dispneia é o termo médico para a sensação de falta de ar. Ela tem várias causas e é comum na população. Mas você sabe por que ela acontece? E o que deve ser feito quanto tiver uma dispneia? Falta de ar é sempre preocupante?

Nesse texto você encontra essas respostas, além de causas, tipos, tratamento e muito mais!

O que é dispneia?

Boneco com dispneia

Dispneia é a sensação de dificuldade de respirar, respiração pesada, falta de ar ou cansaço desproporcional aos esforços.

Entretanto, pode, também, se manifestar como uma modificação consciente da respiração. Assim, nesse caso, a pessoa altera de propósito o ritmo e a amplitude respiratória para diminuir a falta de ar que sente.

A forma como a falta de ar ocorre varia muito conforme a causa e pode ser acompanhada de outros sintomas, como dor ou tosse.

Tipos de dispneia

  • Aguda: acontece de forma súbita, é intensa e preocupante
  • Crônica: presente há mais de 3 meses, a piora pode ser lenta e progressiva
  • Dispneia de esforço: falta de ar relacionada ao esforço físico
  • Apneia: parada temporária da respiração
  • Ortopneia: melhora da dispneia em posição sentada ou em pé
  • Platipneia: dispneia em posição sentada que melhora ao deitar
  • Dispneia suspirosa: é a sensação de falta de ar com ritmo respiratório normal, como ocorre durante emoções fortes ou em crises de ansiedade
  • Dispneia paroxística noturna: dispneia ao deitar, associada a doenças cardíacas

Sintomas mais comuns de dispneia

A dispneia é considerada um sintoma de que os tecidos não estão recebendo o oxigênio de maneira adequada. Assim, como sintomas, além da dificuldade de respirar, pode haver cansaço, aperto no peito e confusão mental. Um sinal importante é a coloração das extremidades do corpo (nariz, lábios, dedos), pois se estiverem azuis ou arroxeados é um sinal grave e deve-se procurar um médico com urgência.

Como identificar a causa da falta de ar?

A falta de ar pode ter diferentes doenças de base como causa. Além disso, pode ser causada por excesso de exercício que excede a capacidade respiratória do indivíduo.

Dessa forma, duas escalas podem ser úteis para avaliar o desconforto respiratório e a gravidade do problema.

Classificação de Borg para Dispnéia

  • 0: sem dispneia
  • 1 a 3: dispneia leve
  • 4 a 6: dispneia moderada
  • 7 a 9: dispneia moderadamente intensa
  • 10: dispneia intensa

Classificação do Medical Research Council para Dispneia

  • 0: sem dispneia, a não ser após exercício físico intenso
  • 1: falta de ar ao caminhar rápido em um plano ou em leve subida
  • 2: andar mais devagar do que alguém da mesma idade no plano ou parando para respirar
  • 3: interromper a marcha após caminhar alguns metros ou alguns minutos no plano
  • 4: muita falta de ar para sair de casa ou se vestir
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Por que sentimos “falta de ar” ou “aperto no peito”?

Podemos sentir falta de ar por problemas nos pulmões, alterações comportamentais e aumento do esforço respiratório. 

Distúrbios ventilatórios

Dos distúrbios ventilatórios, temos doenças pulmonares como, por exemplo: asma, tromboembolismo pulmonar, doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças ocupacionais e fibrose pulmonar.

Alterações comportamentais e cognitivas

A ansiedade, uma alteração comportamental importante, pode dar a sensação súbita de falta de ar e aperto no peito, que dificulta a respiração plena. 

O sedentarismo também é um problema importante, pois faz com que o corpo não esteja “acostumado” ao esforço respiratório. Assim, tem maior dificuldade para se adaptar quando é exigido (por exemplo, ao subir alguns lances de escada ou caminhar em uma subida).

Além disso, situações de aumento do esforço respiratório podem ser doenças cardíacas e obesidade. As doenças cardíacas, por exemplo, levam a uma dificuldade do sangue de ser bombeado de forma adequada. Dessa forma, ele pode retornar ao pulmão, levando a uma sensação de falta de ar por edema pulmonar. Além dessas causas crônicas, um ataque cardíaco pode dar dor no peito e falta de ar de maneira súbita, sendo muito importante buscar atendimento médico.

A obesidade também é um fator de risco para diversas doenças e pode comprometer a qualidade da respiração. Ainda, a apneia obstrutiva, condição na qual há uma falta de ar abrupta durante o sono, é muito comum em indivíduos obesos e pode prejudicar muito a noite de sono do indivíduo.

teste de ansiedade

Aumento de esforço respiratório e acidose

A anemia também pode dar uma sensação de falta de ar, pois os glóbulos vermelhos, células do sangue que transportam o oxigênio dos pulmões para os tecidos, estão diminuídos. Essa falta de ar pode melhorar ao sentar-se e piorar durante a prática de exercícios físicos.

A acidose metabólica também pode diminuir o fôlego por um acúmulo de ácidos no sangue. Isso acontece por insuficiência grave do rim, diabetes agravada de forma súbita ou por uso de drogas/venenos. Nesse caso, deve-se procurar atendimento médico com urgência.

Por fim, não podemos deixar de falar da infecção pelo coronavírus (Covid-19), que pode provocar falta de ar, um dos sintomas mais preocupantes da doença. Se a falta de ar for leve, é possível monitorar em casa, mas se houver piora, é necessário procurar o hospital para ser atendido por um médico.

Quais os riscos da dispneia?

A dispneia pode levar a um quadro de hipóxia, que ocorre quando o oxigênio não chega de forma adequada aos tecidos do corpo. Assim, os sintomas podem ser dor de cabeça, sono, extremidades arroxeadas/azuladas e desmaios. Caso tenha algum desses sintomas, procure um médico com urgência para prevenir os danos da falta de oxigênio.

Falta de ar e crises de ansiedade

As crises de ansiedade podem dar a sensação de falta de ar e de morte iminente. Por isso, a investigação, procura descartar problemas respiratórios e cardíacos antes de concluir que é uma crise que está causando a falta de ar.

Prática de respiração diafragmática

A prática da respiração diafragmática ajuda muito a diminuir essa sensação ruim das crises. Você pode encontrar a técnica na nossa aula de meditação guiada abaixo! Pratique-a durante diversos momentos do dia, não apenas quando a ansiedade chegar. Assim, com o tempo você dominará mais a técnica e poderá utilizá-la quando sentir a crise chegando para se acalmar.

Tratamento e prognóstico

O tratamento é, de forma básica, controlar a causa da dispneia. Se há uma asma descontrolada, por exemplo, o médico pode orientar uso de remédios que dilatam os brônquios para melhorar o quadro.

Além disso, para melhorar a falta de ar de imediato, pode-se utilizar máscaras faciais ou cânulas nasais com oxigênio suplementar. Em casos mais graves, entretanto, pode-se utilizar um ventilador mecânico para auxiliar a respiração.

O prognóstico, por sua vez, depende muito da causa da dispneia e pode ser mais ou menos preocupante.

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