Setembro Amarelo: tudo sobre o mês de prevenção ao suicídio

Equipe Eurekka

Você já deve ter ouvido falar sobre o Setembro Amarelo. Mas você sabe bem do que se trata e a sua importância?

Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre prevenção ao suicídio criada no Brasil em 2015. Então, o seu objetivo é promover a conversa sobre o assunto durante todo o mês de setembro e salvar vidas.

O amarelo ilumina o mês, alerta sobre a importância da saúde mental e, ainda, faz com que instituições se mobilizem para a ação.

Neste texto, você vai entender por que a campanha leva este nome, sua origem, objetivos e os números de suicídio no Brasil. Por fim, vai saber os sinais que costumam ser dados por quem está pensando em se matar e vai aprender como ajudar.

O que é a campanha Setembro Amarelo?

Calendário do setembro amarelo

A campanha Setembro Amarelo foi criada no Brasil em 2015 por iniciativa do Centro de Valorização a Vida em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O objetivo era ligar a cor ao mês que é marcado pelo Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).

Temos muitos casos de suicídio todos os anos e, mesmo assim, ainda há uma grande barreira para falar sobre suicídio. Mas entender o que leva alguém a se matar e saber identificar os sinais de que essa pessoa está prestes a se despedir desse mundo pode mudar tudo e dar uma nova chance àquela pessoa.

A ideia, segundo os criadores, é “pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa”.

E tem dado certo. Afinal, locais como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o Congresso Nacional, no Distrito Federal, e o Estádio Beira-Rio, no Rio Grande do Sul, já participaram da campanha usando a cor amarela. Da mesma forma, escolas, universidades, entidades e a população têm se envolvido com o movimento ao longo dos anos.

Mesmo assim, ainda há muito trabalho pela frente, pois os dados são alarmantes.

Origem do Setembro Amarelo

Tudo começou em 8 de setembro de 1994, quando um garoto americano de 17 anos, que era conhecido pela sua alegria contagiante, foi encontrado morto dentro de seu carro, junto com um bilhete de despedida. Este foi um acontecimento muito chocante para a comunidade, pois ele era lembrado como uma pessoa muito feliz.

Depois disso, as pessoas decidiram fazer 500 cartões para distribuir no velório com as lembranças do menino. Nesses cartões, havia fitas da cor do carro do menino – amarelo – e uma mensagem que dizia: “Se você estiver pensando em suicídio, entregue este cartão para alguém e peça ajuda”. Esses cartões logo se espalharam pelo país e pelo mundo e, assim, surgiu a primeira companha de suicídio chamada “Fita Amarela” (Yellow Ribbon).

Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o dia 10 de setembro como o dia mundial de prevenção ao suicídio. 

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Dados sobre suicídio no Brasil

De acordo com a OMS, mais de 322 milhões de pessoas sofrem com depressão no mundo inteiro. Só no Brasil, em maio, notou-se que mais de 6% da população sofre com sintomas de depressão, e um pouco mais de 9% com ansiedade. Além disso, ao contrário do índice global, que teve uma queda de 9,8%, as taxas de suicídio foram 7% maiores no Brasil em 2016 quando comparadas com o ano de 2010.

De acordo com um estudo feito pela Unicamp, 17% dos brasileiros pensaram, alguma vez, em tirar a própria vida. Desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso.

Na maioria das vezes, os fatores de risco ao suicídio estão ligados a transtornos mentais, que são doenças que afetam o raciocínio, o humor e o convívio da pessoa em sociedade. Como, por exemplo, ocorre na depressão e na ansiedade

Objetivos do Setembro Amarelo

Você sabia que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 18 a 29 anos e que a cada 40 segundos ocorre um suicídio no mundo? Mas a verdade é que, em 90% dos casos, se a pessoa recebe os cuidados necessários, o suicídio pode ser evitado. 

Muitas pessoas não falam sobre isso pois têm medo, se sentem desconfortáveis ou até mesmo não sabem muito sobre o assunto. Mas a prevenção se dá assim mesmo: ouvindo as pessoas que têm pensamentos suicidas e conversando. Se alguém vier até você precisando falar sobre isso, você saberá o que dizer? Essa é a ideia da campanha: falar sobre o assunto. 

Setembro Amarelo e a importância de falar sobre o suicídio

Esse tipo de campanha ajuda a reduzir estigmas que muitas vezes as pessoas têm quando estão passando por dificuldades psicológicas. Isso abre uma porta para que elas possam recorrer, de forma mais fácil, à ajuda de um médico e de um psicólogo e ter menos receio de pedir socorro. Assim, uma pessoa pode recorrer primeiro a esse recursos em vez de se mutilar, por exemplo. 

Para uma pessoa que vive com pensamentos suicidas, um dos sentimentos mais prevalentes é o de desesperança. Essa pessoa se sente presa em um problema sem saída. Porém, com o tratamento, ela consegue começar a enxergar novas soluções. Por isso, campanhas como a do Setembro Amarelo são essenciais para capacitar mais pessoas da comunidade e desenvolver seus lados sensíveis, empáticos e a habilidade de ouvir pessoas em sofrimento.

Sinais de que alguém está pensando em suicídio

depressão suicídio e setembro amarelo

Há pessoas que pensam que quem comete suicídio não dá sinais, mas isso não é verdade. É muito raro que um suicídio ocorra sem sinais prévios, mas, muitas vezes, eles podem ser sutis e discretos. Por isso, é importante conhecer os sinais mais comuns para ser capaz de reconhecê-los caso venham a aparecer com amigos ou familiares que amamos. 

Esses são os sinais mais comuns, porém, eles não devem ser considerados de forma isolada. Afinal, na maioria das vezes, aparecem juntos. É vital lembrar que não se tratam de ameaças ou chantagens, mas sim de avisos. Seja compreensivo, converse com a pessoa e a ajude a buscar ajuda profissional. 

Expressões de ideias ou intenções suicidas

Frases como: “vou desaparecer”, “é inútil tentar mudar”, “quero sumir” e “queria nunca mais acordar” podem ser sinais de que a pessoa está experienciando pensamentos suicidas. Preste atenção em comentários do tipo e se a frequência deles está aumentando. 

Desesperança severa

É comum que a pessoa com pensamentos suicidas não consiga ver um futuro pelo menos um pouco animador. A desesperança de que a sua vida pode melhorar é tão grande que a pessoa avalia que o suicídio é mesmo a melhor escolha. 

Plano consolidado e disponibilidade

Esse é um indicativo muito sério e é quando a pessoa tem um plano em sua cabeça de como pretende ou prefere se matar. Além disso, é bom ficar atento a pessoas que têm métodos disponíveis ao seu alcance, como profissionais da saúde com remédios ou policiais com armas. 

Isolamento

A tendência ao isolamento é muito grande. A pessoa não atende ao telefone e cancela atividades e eventos, mesmo as coisas que costumava gostar de fazer. Preste atenção, em especial, se o isolamento surge de maneira repentina.

Despedidas

Quando a pessoa decide acabar com a sua vida, não é incomum que ela comece a ter ações de despedida. Ela pode ligar para pessoas com que não falava há muito tempo, como amigos de infância. Pode também começar a organizar sua contabilidade e pagar suas contas para evitar deixar despesas aos familiares.

Se desfazer de objetos

Junto com a fase da despedida, a pessoa pode começar a se desfazer de objetos que tenham uma carga emocional para ela, dando como um presente. Pode fazer, inclusive, seu testamento.

amizade é importante no setembro amarelo

Como ajudar alguém que tenha comportamentos suicidas? 

Se você acha que conhece alguém que está pensando em se matar, converse com essa pessoa de forma direta e sem julgamentos. Tente identificar em que estágio essa pessoa está, se está no campo das ideias e pensamentos ou se já está planejando uma ação. 

Com delicadeza e respeito, ofereça ajuda. Evite tratar o assunto como algo trivial ou como se a pessoa estivesse tentando chamar a atenção, pois essa dor é inimaginável para alguém que está de fora. 

Sugira que ela procure um profissional especializado em saúde mental. A ajuda profissional faz grande diferença e é assim que a pessoa pode começar a se tratar. Você acha que a pessoa está em perigo de se machucar no momento? Então, entre em contato com profissionais de emergência e busque atendimento ou consulte um familiar de confiança da pessoa para que ela fique segura.

Como buscar ajuda dentro e fora do Setembro Amarelo

sede presencial da Eurekka

Por fim, há vários recursos e fontes de apoio. Como, por exemplo, o Centro de Valorização da Vida (CVV), em que há pessoas com treino e preparo para ouvir uma pessoa com pensamentos suicidas 24 horas por dia. Você pode entrar em contato por e-mail, chat ou telefone (188).

Além disso, há unidades de saúde como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e a Unidade de Saúde da Família. 

O diálogo sobre suicídio e o tratamento psicológico e psiquiátrico podem evitar a grande maioria das mortes por suicídio. Então, a ajuda de um profissional como o psicólogo e/ou psiquiatra é vital.

Se você acha que precisa se tratar, ou conhece alguém que precisa, a Eurekka pode te ajudar. Somos uma clínica de psicologia que oferece psicoterapia online e presencial. E, caso você precise, também temos psiquiatras prontos para te acolher.

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